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Síndrome do Intestino Irritável

Victor Mattar

A Síndrome do Intestino Iritável (SII) é uma doença crônica que acomete o estômago e o intestino. De acordo com a Sociedade de Gastroenterologia de São Paulo, é “extremamente comum nos consultórios”. Parece que de 5-15% da população ocidental e em sua grande maioria, as mulheres são mais acometidas.


Os sintomas mais comuns são dor, formação excessiva de gases, inchaço na região abdominal, diarréia e(ou) constipação. Poucos casos são considerados graves e a maior parte dos pacientes consegue alívio através de mudanças no padrão alimentar, estilo de vida e controle do estresse.


Não se sabe ao certo a causa da doença, mas alguns fatores parecem ter influência.

São eles:


1- Predisposição genética

2- Alterações da microbiota intestinal

3- Estresse e traumas na infância

4- Em decorrência de uma gastroenterite grave

5- Mudanças nas contrações/peristaltismo

6- Alterações na comunicação entre nervos do TGI e o sistema nervoso

7- Reações alimentares

8- Permeabilidade intestinal

9- Mediadores inflamatórios

10- Tipo de parto + amamentação

 

Como se trata de doença crônica, não falamos em cura e sim em manejo de sintomas (tratamento sintomático).


Alimentação

Pacientes relatam que certos alimentos desencadeam reações, logo tradicionalmente recomenda-se a  restrição de bebidas alcóolicas, frituras e outros ricos em gordura e muito temperados.


Empiricamente e com pouco embasamento científico, alguns retiram glúten e lactose.

Existe uma classificação baseada na presença de carboidratos fermentáveis chamada FODMAP. Uma dieta pobre em oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis pode beneficiar esses pacientes.


Chás de gengibre, hortelã, raiz de cúrcuma, alcaçuz, cravo e anis-estrelado também podem contribuir, assim como enzimas digestivas.


Um estudo com nove meses de duração randomizou 82 pacientes com SII em dois grupos. O primeiro seguia uma dieta padrão e o segundo uma dieta com baixo FODMAP. Os pacientes com dieta baixa em FODMAP relataram maior melhora sintomática, entre eles inchaço, dor abdominal e flatulência. 77% dos pacientes em uma dieta de baixo FODMAP relataram satisfação com sua resposta aos sintomas em comparação com 54% dos pacientes em uma dieta padrão.

Uma revisão sistemática e meta-análise realizada com 12 artigos demonstrou que a low FODMAPs reduz os sintomas gastrointestinais e melhora a qualidade de vida em indivíduos com SII em comparação com as dietas de controle.


Vale ressaltar que essa restrição não deve ser realizada por um período prolongado, já que outros trabalhos vem mostrandoredução da diversidade microbiana intestinal, inclusive de F. prausnitzii, Akkermansia, Bifidobacteria e Lactobacillus, que são bactérias probióticas (benéficas).


Referências


 

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